vezenquando

Thursday, August 05, 2010

Just like honey

... e então ela desabou. O espaço era pequeno e o mundo estava muito. Rápido demais, gente demais, vontades demais, e-mails demais, fantasmas demais. Tudo, agora ao mesmo tempo. As novidades em cascata, caindo sobre a mesa, a cadeira, o guarda-roupa. A cabeça perdida em copos, ideias, mensagens de celular antes do fim da tarde, frases pensadas, silêncios cronometrados. Como se tudo chovesse em cores fluorescentes e o mundo vai acabar em poucos dias. Listen to the girl, as she takes on half the world... e plof!, os cacos pelo chão.

Muito tempo perdido, ela pensa, muito tempo sem viver. Programando o futuro, pensando no que fazer com esse presente que não sai do lugar. Olhando as pessoas e imaginando e se... e tanta fome, tanta coisa que não, obrigada. Deixa eu fazer um intervalo da minha vida, sim? Tá dando tão errado, por que mesmo tudo sempre tem que acabar? Possibilidades que nunca chegam a. Então vou dar um tempo, que não aguento, ela faz. E foi pensando e fazendo tão bem que a mágica se foi. Walking back to you is the hardest thing that I can do... e assim os azuis, amarelos e vertigens ficaram escondidos, bem longe, fora de perigo.

Mas, um dia, eles voltaram. Na raiva, nos gritos, em explosões. Em lágrimas, noites, madrugadas, em doçuras imensas, tristezas oceânicas. Rápido, demais, muito, intenso, olhos de tigre, Bom dia eu, ela pensou depois da queda, vendo o dia nascer atrás dos prédios, uma lua bonita se apagando. Hoje eu só quero a noite dentro de mim. Então ela juntou luz e escuridão, dormiu muito e acordou com os raios de sol novamente coloridos, equilibrados, tudo no tom certo. Então ela teve vontades de açúcar e sal, de beijos e abraços, de sinceridades, flores e sorrisos. Moving up and so alive... it's good, so good... just like honey.